Relacionamento com Deus

"O relacionamento com Deus interfere e altera todos os outros relacionamentos que você constrói durante sua vida. Portanto, leve-o a sério para que tudo fique em seu devido lugar e sua existência tenha sentido."

Quem sobre a Terra pode provar que Deus existe? Mas e daí? Querer que tudo se prove é um exagero! Vamos supor que você queira que tudo na vida seja provado, sem deixar espaço para a confiança e a fé. Então você nunca mais despacharia correspondência pelo correio. Você diria ao balconista da loja do correio “prove-me que esta carta chegará ao destino, senão não pagarei os selos!” Você também não compraria nada no supermercado. Quem sabe se um terrorista colocou veneno naquela inocente caixa de cereais matinais? E voar? Precisa-se de ter fé para voar. Como é que você confiaria em um piloto que nunca viu, e entraria num avião usado desde a segunda guerra mundial?

Vamos falar francamente, não há como viver querendo provas de tudo porque a fé faz parte de quase todas as nossas atividades.

É estranho que as pessoas exercem fé para fazer sua vida funcionar, e, no entanto acham que é impraticável exercer fé quando o tema é religião. Nem o sistema judiciário exige prova absoluta. Tudo que se precisa ter é “algo mais que uma dúvida razoável” para prender alguém por décadas.

Então, a verdadeira pergunta não é “quem pode provar a existência de Deus?”, mas sim, “quais as evidências que me ajudarão a crer nEle?” Veja alguns con-cei-tos que o ajudarão a construir sua fé.

1 - Podemos crer em Deus porque cremos em Cristo.

Jesus Cristo foi uma pessoa humana tanto quanto Pedro Álvares Cabral ou Napoleão Bonaparte. Eu nunca fui apresentado a Cabral nem a Bonaparte, mas não tenho dúvidas de que eles existiram. Por quê? Pelos registros históricos escritos por pessoas que os conheceram pessoalmente. O mesmo acontece com Jesus. Seu melhor amigo João escreveu: “... eu mesmo O vi com meus próprios olhos e O ouvi falar. Eu toquei nEle com as minhas próprias mãos (I João 1: 1, Bíblia Viva). Outro companheiro de Jesus escreveu: “ Porque não temos estado contando a vocês histórias de fadas quando lhes explicamos o poder do nosso Senhor Jesus Cristo e a Sua volta. Meus próprios olhos viram o Seu esplendor e a Sua glória”. (II Pedro 1: 16, Bíblia Viva).

Este Carpinteiro de mãos calejadas, músculos fortes e cabelos longos até os ombros dizia às pessoas em muitas ocasiões e de diversas maneiras - “Eu sou Deus”. E então, ou Ele era exatamente quem dizia ser ou era um lunático se iludindo. Não há outra opção. Ou Ele era Deus, ou era um louco. Mas nenhum lunático seria capaz de ensinar honestamente o que Jesus ensinou no Sermão da Montanha. Uma pessoa com desequilíbrio mental nunca viveria uma vida íntegra e abençoada. Nenhuma farsa poderia fazer viver um corpo morto há alguns dias. As evidências são gritantes, “Este Homem verdadeiramente é Deus”.

2 - Podemos crer em Deus por causa das profecias a Seu respeito nas Escrituras Sagradas.

No Antigo Testamento o profeta Daniel predisse, centenas de anos antes, exatamente quando Cristo seria morto e também Sua ressurreição. Também profetizou acerca de muitas nações no futuro distante como Grécia e Roma. Nenhum ser humano poderia fazer isso. Só pode ter vindo de Deus.

3- Podemos crer em Deus por causa do intrincado esquema da natureza e do corpo humano.

Desde a simetria de uma delicada rosa à complexidade do olho humano. Onde há um esquema, há o criador do esquema.

4 - Podemos crer em Deus por causa da enorme diferença que Ele fez em muitas vidas, antes arruinadas e desesperançadas.

Essas mudanças fundamentais e maravilhosas estão muito além das possibilidades da psicologia ou dos medicamentos.5- Finalmente, podemos crer em Deus por causa das vantagens pessoais. Mesmo se as probabilidades da existência de Deus são de 50%, faz muito sentido ficar do lado da fé. Se, afinal Ele não existe, não perderemos nada em crer nEle durante a nossa vida. E se Ele existe mesmo, ganharemos muito, inclusive a vida eterna.

Mas que espécie de Deus é Ele? Com quem Ele se parece?

Por muitos anos eu pensava que Deus tinha atitudes parecidas com as do motorista do meu ônibus escolar. Nós o havíamos apelidado de “chiador” porque ele soprava um apito de metal sempre que via as nossas traquinagens e bagunças através do retrovisor. Ele encostava o ônibus, ficava de pé em seu uniforme cinza amarrotado e com fronte zangada gritava: “Que vergonha, vocês marmanjos! Você aí, você e você, caiam fora do ônibus já, já!” Por muito tempo demasiado longo eu via Deus dessa forma, andando pelo Céu com o olhar severo, ansioso para descobrir e punir as pessoas que procedessem mal.

Felizmente, a verdade é que Deus Se alegra até por ouvir o seu nome. Ele deseja ser seu grande Amigo por toda a eternidade. Deus sorri feliz quando Ele pensa em você como Seu companheiro para sempre. Quando você comete pecado, Ele não fica zangado. Você nunca poderá ser mau o suficiente para aborrecê-Lo. Ao virem dificuldades em sua vida Ele deseja ser o primeiro a abraçá-lo e a dar-lhe conforto e ajuda. A melhor descrição bíblica de Deus é que Ele é amor. “Mas se alguém não ama nem é bondoso, isso demonstra que ele não conhece a Deus. Porque Deus é amor” (I João 4: 8, Bíblia Viva).

Infelizmente, aqui na Terra estamos rodeados da farsa do amor. Por exemplo, ouço alguém me dizer: “Te amo porque você tem cabelos maravilhosos, ondulados, cor de mel”. Mas, e se eu ficar careca? Outro me diz: “Te amo porque você é inteligente e bondoso (a)”. Mas o que será de mim se algum dia eu for reprovada ou agir mal? Todo amor humano cria insegurança: “Tenho que corresponder às expectativas, para não perder o seu amor”. Somente Deus ama incondicionalmente. É assim como o Sol que brilha sempre, e não depende de como nos sentimos, pensamos ou atuamos. Ele diz: “Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3). As Escrituras nos dizem que Jesus chamou a Judas “amigo” quando se aproximava para, com um beijo, entregá-Lo à polícia. O apóstolo Paulo ensina que Jesus deu Sua vida por nós “quando ainda éramos pecadores”, isto é, mesmo quando continuamos com a porta do nosso coração fechada para Ele (Romanos 5: 8). Deus ama você profundamente, intensamente. Não há nada que você faça que possa mudar isso. Ele almeja que você O aceite como seu Amigo pessoal e Salvador.

“Mas como posso me tornar amigo íntimo de Alguém que nem mesmo posso ver? Como posso conhecer Deus sendo que Ele me parece tão distante?” São questões importantes.

O primeiro passo é aceitar o fato de que Ele ama você pessoalmente – não pense no mundo como um todo, mas em si mesmo. Você poderá substituir a palavra “mundo” em S. João 3: 16 pelo seu próprio nome. “Deus amou (seu nome) de tal maneira que deu o Seu próprio Filho ...” Deus não vê multidões, Ele vê indivíduos. Ele sabe o seu endereço, conhece as suas preferências, qual a matéria escolar mais difícil para você, o seu grupo musical ou esportivo, o alimento que você não gosta, as suas esperanças e temores quanto ao futuro, os seus sonhos e pesadelos. Ele pensa em você o tempo todo. Ele conhece seus segredos íntimos os quais você não ousaria contar para ninguém. Ele percebe quando você se sente solitário e com baixa auto-estima. Ele vê, através da escuridão, suas lágrimas, tarde da noite quando todos dormem. Ele conhece quando você se apresenta com a postura de “macho” para impressionar os outros. Ele percebe tudo e lhe compreende.

O segundo passo para conhecer Deus é ter a certeza da salvação. Vamos supor que você perguntasse à minha filha se ela pertence à nossa família, e ela respondesse: “Bem, acho que sim”. Acho que sim? Se eu ouvisse isso ficaria com meu coração despedaçado. Eu quero que ela tenha certeza absoluta. Deus também não quer ouvir de você um “acho que sim” quanto a ser parte da família dEle.

Faça uma oração com estas palavras: “Ó Deus, eu sou um pecador egoísta e não sei todas as respostas para as minhas inquietudes, mas quero ser Teu amigo. Peço que perdoes meus pensamentos e ações erradas, e que me dês nova motivação e novas atitudes. Por favor, faze-me mais semelhante a Ti. Salva-me a despeito de mim mesmo. Amém”.

Se esta oração reflete o que está em seu coração, então você é agora um filho ou uma filha de Deus. Você não está mais fugindo dEle, mas sim, correndo para Ele. Mesmo que seu coração ainda esteja cheio de desejos conflitantes, você sabe que acima de tudo quer conhecer a Deus e ser Seu filho ou Sua filha. Neste momento Deus quer que você levante sua cabeça e diga: “Pela graça divina, agora estou pronto para ser membro da família de Deus”.

O terceiro passo é se recusar a confiar nos seus sentimentos. Os sentimentos são notadamente inconstantes, volúveis. Logo cedo você se sente no topo, de tarde está na “fossa”. Um dia você sente Deus muito perto, no outro parece que Ele está a milhões de quilômetros distante. Ontem você se sentia santo, hoje pecador. Portanto deixe seus senti-mentos de lado em se tratando da sua conexão com Deus. Os sentimentos têm outras utilidades. Em lugar dos senti-mentos, considere as mara-vilhosas promessas divinas e confie nelas. Veja esta: “Mas se confessarmos os nossos pecados a Ele, podemos confiar que Ele nos perdoa e nos purifica de todo erro” (I João 1: 9, Bíblia Viva). Confie completamente na Palavra de Deus.

O quarto passo é ouvir Deus falando a você através das Escrituras Sagradas e, então, fale com Ele em oração. Focalize principalmente a vida de Cristo nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. Várias vezes durante a semana, ocupe 10 ou 15 minutos inicialmente para ler alguns versos sobre o ministério de Jesus. Coloque-se naquele cenário e ore. Busque saber o que há para ouvir, ver, cheirar, sentir, experimentar. Faça parte dos acontecimentos. Peça ao Espírito Santo que lhe ensine as lições contidas nos versos que leu, e como aplicá-las em sua vida hoje. Não desanime. Confie que, lentamente e de maneira sólida, através dos altos e baixos da vida e das experiências boas e difíceis, Deus continuará atraindo você para perto dEle com muito amor.